Chega, é hora de fazer jogos!
Fazem pouco mais de 5 anos que trabalho profissionalmente na indústria de jogos e, com cada vez mais tecnologias disponíveis para se fazer jogos, ainda é comum encontrar pessoas que ficam no “quero fazer jogos” e não fazem nem um PONG no tempo livre.
Mesmo quando eu comecei a trabalhar com jogos já existiam ferramentas bem legais para desenvolver, algo que era bem diferente há 10 anos atrás. Infelizmente, é bem fácil encontrar pessoas que falam que conhecem a Unity há anos, por exemplo, mas nunca fizeram um jogo. Lembrando que, como já escrevi neste post, fazer um jogo é desenvolver e publicar em algum lugar, não fazer algo e esconder no seu HD.
Decidi escrever este post agora por que é algo que está acontecendo comigo, e que encontrei uma solução que está funcionando. Se olharem meu portfólio, vão ver que tem muitos jogos que eu trabalhei, porém nenhum deles é meu. Este ano percebi que eu preciso de jogos meus no meu portfólio, e fiquei pensando no que fazer.
Quando se é novo na indústria de games é fácil ter muitas ideias, pois no começo não é muito claro se é realmente possível criar um jogo exatamente do jeito que foi pensado, pelo menos não sozinho. E quando se está há algum tempo na indústria, muitas ideias são ignoradas por saber que não é algo fácil de fazer ou que será algo muito demorado para desenvolver sozinho.
Então me surgiu uma ideia, participar do Ludum Dare, que é um concurso de desenvolvimento de jogos que acontece a cada 4 meses. Este ano participei de duas edições, o LD#32 e o LD#33, cada um com um tema bem diferente que me forçou a criar um jogo em menos de 48 horas e sozinho. Como escrevi no post sobre meus jogos do Ludum Dare, foi uma experiência incrível e agora quero participar sempre que tiver uma oportunidade dessas.
E agora começa a próxima fase deste processo, que é pegar estas ideias já desenvolvidas e com um feedback legal de quem jogou e começar a desenvolver um jogo mais completo e polido em cima destes conceitos. Não que isso seja tão fácil como parece, mas é um caminho mais seguro.
Esta foi a minha maneira de me forçar a criar jogos para meu portfólio, e espero que funcione. Nos próximos meses postarei aqui os resultados, e talvez até farei alguns posts sobre o desenvolvimento destes jogos.
Por isso, chega! É hora de fazer jogos! Não fique meses escolhendo a ferramenta perfeita para desenvolver seu jogo (isso não existe), não espere encontrar um artista (use arte temporária ou compre), não espere encontrar um programador (aprenda a programar ou use uma engine mais visual). Simplesmente faça um jogo.
Imagem da capa: Programming Concept do Shutterstock.